Oncologia Dermatológica: Diagnóstico Precoce do Câncer de Pele
A oncologia dermatológica é uma área fundamental da dermatologia que se dedica à prevenção, diagnóstico e tratamento dos cânceres de pele. Diante do aumento da incidência dessas doenças, especialmente em países com alta exposição solar como o Brasil, o papel do dermatologista tornou-se ainda mais essencial na detecção precoce e no manejo adequado dessas condições.
Apesar de não haver um ranking oficial com o percentual exato da população de cada estado com câncer de pele, algumas informações indicam os estados com maior incidência:
- Santa Catarina: É apontado como o estado com a maior incidência de câncer de pele do tipo melanoma no Brasil. A incidência no estado é mais do que o triplo da média brasileira.
- Rio Grande do Sul: Em 2016, era considerado o estado com a maior incidência de câncer de pele no país, com taxas acima da média nacional para melanoma.
Atualmente segundo os dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), de 2019 a 2023 foram registrados no Rio Grande do Sul:
- 4.532 casos de melanoma maligno da pele
- 38.783 casos de outras neoplasias malignas da pele
O estado fica atrás apenas de São Paulo em número total de casos.
Qual o percentual de cura do câncer de pele?
varia significativamente dependendo do tipo e do estágio da doença no momento do diagnóstico. De forma geral:
Câncer de pele não melanoma (Carcinoma basocelular e Carcinoma espinocelular):
- Quando detectado e tratado precocemente, a taxa de cura é superior a 90%.
- Esses tipos de câncer raramente se espalham para outras partes do corpo (metástase).
Melanoma:
A taxa de cura do melanoma é mais variável e depende muito do estágio em que é diagnosticado:
- Estágio inicial (localizado): Quando o melanoma é fino e ainda está confinado à camada superior da pele, a taxa de cura com cirurgia pode ser próxima de 100%.
- Estágio regional: Se o melanoma se espalhou para os linfonodos próximos, a taxa de sobrevida em 5 anos é de aproximadamente 65% a 74%.
- Estágio avançado (metastático): Quando o melanoma se espalhou para órgãos distantes, o tratamento se torna mais difícil e a taxa de sobrevida em 5 anos é significativamente menor, em torno de 25% a 35%.
O que é a Oncologia Dermatológica?
A oncologia dermatológica é o campo especializado que lida com neoplasias cutâneas, abrangendo lesões benignas, pré-malignas e malignas. O foco é duplo: prevenir o aparecimento de câncer de pele e promover o diagnóstico precoce, fator crucial para um tratamento eficaz. O dermatologista atua como peça central nesse processo, utilizando ferramentas avançadas para identificar alterações suspeitas ainda em estágios iniciais, quando as chances de cura são significativamente maiores.
Quais são os tipos mais comuns de câncer de pele?
Entre os diversos tipos de câncer de pele, três são os mais frequentemente diagnosticados:
Carcinoma Basocelular (CBC): É o tipo mais comum e menos agressivo. Costuma surgir em áreas fotoexpostas, como rosto e pescoço, e cresce lentamente. Apesar de raro, pode invadir tecidos mais profundos se não tratado.
Carcinoma Espinocelular (CEC): Apresenta comportamento mais agressivo que o CBC, com maior risco de metástase. Surge frequentemente em áreas com dano solar crônico, como orelhas, couro cabeludo e lábios.
Melanoma: É o tipo mais grave de câncer de pele, devido ao seu alto potencial de disseminação. Pode surgir a partir de uma pinta já existente ou como uma nova lesão pigmentada, sendo essencial o diagnóstico precoce para evitar complicações graves.
Quais fatores aumentam o risco de câncer de pele?
Diversos fatores contribuem para o surgimento do câncer de pele. Entre os principais estão:
Exposição solar excessiva e desprotegida, especialmente durante a infância e adolescência.
Histórico familiar de câncer de pele.
Fototipo claro de pessoas com pele, olhos e cabelos claros são mais suscetíveis aos danos causados pela radiação UV.
Presença de múltiplos nevos (pintas) ou sinais atípicos.
Envelhecimento cutâneo, que favorece o acúmulo de mutações celulares ao longo do tempo.
Como é feito o diagnóstico na Oncologia Dermatológica?
O diagnóstico do câncer de pele envolve uma abordagem clínica criteriosa. O dermatologista realiza uma avaliação completa da pele, com atenção a lesões de aparência suspeita. A dermatoscopia, exame não invasivo que amplia a visualização das estruturas internas da pele, é uma ferramenta fundamental nesse processo.
Quando necessário, realiza-se uma biópsia da lesão, que consiste na retirada de uma pequena amostra para análise histopatológica. Esse exame confirma o tipo e a extensão da neoplasia, orientando a melhor conduta terapêutica.
Como é o tratamento dos cânceres de pele?
A cirurgia dermatológica é a principal forma de tratamento dos cânceres de pele, permitindo a remoção completa da lesão com margem de segurança adequada para reduzir o risco de recidiva. Na Clínica Dra. Sheila Matielo, esse procedimento é realizado por uma médica cirurgiã capacitada, com foco na segurança e no resultado estético.
Outras opções terapêuticas podem ser indicadas, dependendo do tipo de lesão e do estágio da doença, como:
Crioterapia: destruição da lesão por congelamento.
Radioterapia: indicada para lesões profundas ou em áreas de difícil abordagem cirúrgica.
Medicamentos tópicos: utilizados em casos específicos, geralmente lesões superficiais ou pré-malignas.
A importância do acompanhamento e da prevenção
Após o tratamento, o acompanhamento dermatológico regular é indispensável para garantir a detecção precoce de possíveis recidivas ou o surgimento de novas lesões. O autoexame da pele também é uma prática preventiva eficaz: observar pintas, manchas ou sinais que mudam de cor, forma ou tamanho pode levar à identificação de alterações malignas em estágios iniciais.
Além disso, o uso diário de protetor solar e a proteção física com chapéus, óculos escuros e roupas apropriadas são medidas fundamentais para reduzir a exposição à radiação ultravioleta — principal fator de risco evitável.
Em resumo:
- A detecção precoce é crucial para aumentar as chances de cura de todos os tipos de câncer de pele.
- O câncer de pele não melanoma tem um prognóstico muito bom quando diagnosticado cedo.
- O melanoma, embora mais agressivo, também tem altas chances de cura se detectado em seus estágios iniciais.
É fundamental consultar um dermatologista regularmente e estar atento a quaisquer alterações na pele para um diagnóstico precoce e maiores chances de sucesso no tratamento.